terça-feira, 31 de março de 2009

Manipulações

Já reparam como as informações costumam acompanhar manipulações, e nem sempre percebemos. Veja alguns exemplos, com uma notícia recente e de fácil acesso (Manchetes de alguns sites):


UOL
- Brasileiros veem empate contra o Equador como 'bom resultado'
- Apático, Brasil vacila e cede empate no fim para o EquadorTerra

Terra
- Depois de "bombardeio", Brasil cede empate no fim ao Equador
- Jogadores da Seleção ficam satisfeitos com empate
- Empate deixa "gosto amargo" na Seleção Brasileira

Estadão
- Sem jogar bem, Brasil fica no 1 a 1 contra o Equador
- Julio César garante empate do Brasil contra Equador
- 'Tivemos o gostinho da vitória', afirma o técnico Dunga
- Jogadores se dividem sobre atuação da seleção brasileira

Folha
- Sob pressão, Brasil cede empate no fim ao Equador em Quito

Globo
- Gol sofrido no fim estraga noite de Julio César em Quito
- Felipe Melo revela: jogadores usaram cilindros de oxigênio no intervalo
- Julio César lamenta: 'Foi um castigo para todos nós'
- Dunga classifica empate em Quito como 'resultado normal'

Na próxima vez já sabe. Desconfie de tudo.

domingo, 29 de março de 2009

24/03

¿Qué pasa boludos?


Embora esse blog tenha um "quê" de comédia, visto o nome e os primeiros posts, nem tudo aqui é só alegria e palhaçadinha. Embora sejamos engraçadinhos, há horas que devemos falar sério, mesmo isso sendo bem atípico. E é com esse espírito que venho escrever sobre o dia 24 de março.

O que esse dia representa para voce? Teria algum motivo para esse dia ser um feriado nacional? Para mim também nao, mas para os argentinos, essa é uma data muito importante. Nesse 24/03, fez 33 anos do desaparecimento de 30 mil pessoas que lutavam contra a ditadura argentina, que ocorreu entre os anos de 1972 a 1983. Por toda cidade de La Plata se pode ver homenagens a esses jovens que eram, na sua maioria, estudantes.
A ditadura aqui na Argentina foi muito violenta, nao muito diferente que no Brasil. A diferença é que o povo argentino nao se esquece das coisas tao facilmente como os brasileiros e essa é, na minha opiniao, uma das coisas mais interessantes do povo daqui.

Para ilustrar o que foi, mais ou menos, essas desapariçoes, coloco a letra da música Desapariciones da banda Maná que, embora nao seja argentina, mostra muito bem o sofrimento que estes passaram na época da ditadura.

Desapariciones
Que alguien me diga si han visto a mi esposo
preguntaba la Doña
Se llama Ernesto X, tiene cuarenta años
trabaja de celador, en un negocio de carros
llevaba camisa oscura y pantalón claro
Salió anoche y no ha regresado
y no sé ya qué pensar
Pues esto, antes no me había pasado
ooo...
Llevo tres días
buscando a mi hermana
se llama Altagracia
igual que la abuela
salió del trabajo pa' la escuela
llevaba unos jeans y una camisa clara
no ha sido el novio, el tipo está en su casa
no saben de ella en la PSN ni en el hospital
ooo...
Que alguien me diga si han visto a mi hijo
es estudiante de pre-medicina
se llama Agustín y es un buen muchacho
a veces es terco cuando opina
lo han detenido, no sé que fuerza
pantalón claro, camisa a rayas
pasó anteayer
CORO
A dónde van los desaparecidos
busca en el agua y en los matorrales
y por qué es que se desaparecen
por qué no todos somos iguales
y cuándo vuelve el desaparecido
cada vez que lo trae el pensamiento
cómo se le habla al desaparecido
con la emoción apretando por dentro
oh...
Clara, Clara, Clara Quiñones se llama mi madre
ella es, ella es un alma de Dios
no se mete con nadie
Y se la han llevado de testigo
por un asunto que es nada más conmigo
y fui a entregarme hoy por la tarde
y ahora dicen que no saben quién se la llevó
del cuartel
Anoche escuche varias explociones
patún pata patún pete
tiro de escopeta y de revolver
carros acelerados freno gritos
eco de botas en la calle
toque de puertas por dioses platos rotos
estaban dando la telenovela
por eso nadie miró pa' fuera

Agora voces já sabem. Quando tiver aquela argentina bonitinha, com seu sotaque maravilhoso, numa festa cover de Los Hermanos, ao invés de ir até lá e esbarrar nela, voce pode chegar e falar sobre a ditadura e o 24/03.
Directamente de La Plata.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Preâmbulo às instruções para postar num blog

Saudações, beneméritos comparsas.


Venho aqui hoje manifestar minha curiosidade diante do fato que é a reles participação vossa neste blog. À luz dessa condição, irei propor um "manual de instruções" para postagem, tão logo quanto puder, adequado tanto para os tímidos como para os preguiçosos ou os atarefados; e bem como para os oportunistas. Minha iniciativa, entretanto, não é inédita. Datando de 1962, o livro "Historias de Cronopios e Famas", de Julio Cortazar, explora o estilo do realismo fantástico, em uma série contos curtos intitulada "Manual de Instruções", onde são apresentadas instruções de como sentir medo, cantar, chorar e de como subir escadas. "Sempre com um humor leve, porém critico, o escritor argentino Júlio Cortazar, mostra que é possivel abrir a visão de mundo, questionar o porquê de sempre fazermos determinadas coisas que, de tão arraigadas, fazemos sem pensar." ¹



Clique aqui para baixar, em português, o livro "Historias de Cronopios e Famas"



Abaixo, um trecho de "Manual de Instruções":


"Preâmbulo às instruções para dar corda no relógio

Pense nisto: quando dão a você de presente um relógio estão dando um pequeno inferno enfeitado, uma corrente de rosas, um calabouço de ar. Não dão somente o relógio, muitas felicidades e esperamos que dure porque é de boa marca, suíço com âncora de rubis; não dão de presente somente esse miúdo quebra-pedras que você atará ao pulso e levará a passear. Dão a você — eles não sabem, o terrível é que não sabem — dão a você um novo pedaço frágil e precário de você mesmo, algo que lhe pertence mas não é seu corpo, que deve ser atado a seu corpo com sua correia como um bracinho desesperado pendurado a seu pulso. Dão a necessidade de dar corda todos os dias, a obrigação de dar-lhe corda para que continue sendo um relógio; dão a obsessão de olhar a hora certa nas vitrines das joalherias, na notícia do rádio, no serviço telefônico. Dão o medo de perdê-lo, de que seja roubado, de que possa cair no chão e se quebrar. Dão sua marca e a certeza de que é uma marca melhor do que as outras, dão o costume de comparar seu relógio aos outros relógios. Não dão um relógio, o presente é você, é a você que oferecem para o aniversário do relógio."



Então é isso aí. Eu vou, mas eu volto ja-já.


PS:
[1] - mais sobre julio Cortazar: http://www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=54

segunda-feira, 16 de março de 2009

Жирафы!

Saudações absortos leitores.


Inspirado pelos astros nessa segunda feira, num ápice de estro iluminado pela lua noturna, trago a vocês, além de uma bela poesia de Maiakovsky (um poeta russo da vanguarda futurista do séc. XX), um ensaio científico-metodológico sobre o chamado 'efeito Shubluff', que assola um dos momentos mais meditabundos da humanidade e que, desde tempos imemoriais, está incólume frente uma solução definitiva. Espero que aproveitem. Meus sinceros amplexos.



Жирафы!, de Mayakovsky

No cume daquela serra,
eu plantei uma roseira.
O mato no cume cresce,
a rosa no cume cheira.

Na hora do entardecer,
tudo no cume aparece.
Vagalumes no cume brilham,
cobra no cume aparece.

Quando cai a chuva fina,
salpicos no cume caem.
Lagartos no cume entram,
abelhas no cume saem.

Mas depois qua a chuva cessa,
no cume volta a alegria.
Voltando a brilhar depressa,
o sol que no cume ardia.


Segue agora o ensaio sobre o hermético efeito Shubluff, de autoria de Yuri Artsutanov. Cientista e estudioso russo, nascido em Leningrado e graduado no Leningrad Technological Institute, Artsutanov lança uma luz sobre o nebuloso tema, elucidado de forma coloquial e espontânea sem, todavia, omitir os detalhes sutis de sua detalhada pesquisa.


"Acredito que ao cagar a maioria de vocês, camaradas, já tenham molhado a bunda na água fétida que o cagalhão levanta ao cair na água do vaso. Todos, ainda que intuitivamente, já devem ter feito uso de alguma técnica visando evitar o efeito Shubluff. Aproveitarei a ocasião para discorrer sobre as técnicas desenvolvidas em anos de pesquisa:

1° Posicione o ânus o mais próximo possível da tábua. Assim, a barrola desce rolando pela louça. Com a queda amortecida, o saci-sem-perna mal-cheiroso não provoca o temido efeito Shubluff.
2° Crie uma “balsa” de papel higiênico. Conhecida como 'efeito hovercraft', essa técnica parte do pressuposto de que a merda será amortecida ao bater na “balsa”, evitando o efeito Shubluff.
3° Essa técnica é conhecida como cag'n run. Consiste em cagar no meio da privada e tirar a bunda rapidamente antes que o chafariz barrento atinja a raba. A técnica exige reflexo, explosão muscular e uma coordenação motora razoável.

Observação: há varios casos em que o cagante pode ser enganado pelo cocô do tipo "2 estágios". O caso em que o cagante pensa que se livrou do charutão e, sem nada poder fazer, vê uma badalhoca cair dentro da cueca ou aquele pingo de merda estatelado no chão. Portanto, nada mais sensato que a recomendação de cuidado extremo a fim de evitar o efeito Shubluff."

domingo, 15 de março de 2009

Não trema na linguiça

Muito boa a reforma ortográfica, que está em vigor a desde o começo do ano. Agora a língua portuguesa está em processo de unificação em vários países, como Portugal e Brasil, além de ex-colonias portuguesas. Nesse ritmo o idioma poderá se tornar um dos mais falados no mundo.

Apesar de eu usar o trema, e ainda ter algumas dificuldades com as paroxitonas, consegui ver alguns benefícios nesse todo processo, e situações constrangedoras para alguns professores se confundindo com as mudanças. E professor errar é sempre interessante, principalmente quando a gente percebe e corrige, e não descobre só na hora da prova do erro.

Não se esqueçam então, daqui em diante não trema mais na linguiça, senão o "u" pode ficar estranho. Muito cuidado!!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Mandando Breises, aê pá nóis!



Fala rapazeada! Firme na paçoca?

Hoje eu tentarei explicar a origem da famosa expressão, "mandar breises". Eu sei que é um abacaxi, mas como filho feio não tem pai, eu irei tentar. Afinal, é dose pra elefante não entender as gírias estapafúrdias da sua patota. A gente tem que manter tudo nos trinques, e estar tinindo, pra não dar uma de mocorongo e se trumbicar. Duvideodó que alguem saiba todas as girias, e é giria pra dedéu; portanto, nesse papo aranha aqui, a gente vai pegar pra capar e explicar a origem dessa expressão que é do cú da cobra. Afinal, tem que ter alguma cultura nessa quizumba. Então pare de viajar na maionese e preste atenção pra não comer bola, morô?

Mandar Brasa:

1. Começar ou continuar algo com convicção. Ex.: "Ele estava na dúvida se fazia a prova ou não então seu pai falou pra ele mandar brasa."

Então, voltando à vaca fria, olha só que expressão bacana. Provinda do tempo da onça, um terceiro mal informado pode entender necas de pitibiriba no inicio. Mas vamos tirar as barbas de molho e largar de chorumelas. Mandar brasa é o mesmo que ripa na chulipa. O termo brasa era muito usado na década de 60 e 70; ex.: "Maior brasa, mora?" e se referia a algo 'quente', de arrebentar a boca do balão, uma coisa do pirú. Sua gênese, no entanto, é imprecisa. Também né, imagine naquela época o monte de bicho grilo, dando um tapa na macaca até o cú fazer bico. Pucarana! É paulada na moleira. Aí quem pega o bonde andando acaba abraçando o jacaré mesmo.

Sem mudar do sapo pra mala, a expressão foi popularizada aqui no Brasil pela jovem-guarda, mas precisamente pelo rei do iê-iê-iê, sua majestade Roberto Carlos, conhecido inclusive, macacos me mordam, como "o brasa".

Na imagem, da esquerda para a direita o "Tremendão" Erasmo Carlos, o "Brasa" e Wanderléia, chamada de, vejam vocês, "Ternurinha". Nessa época, era gíria até no nome. Pelas barbas do profeta...

E então, leitor, deu pra quebrar um galho? Ficou contente agora? Mais faceiro que ganso em taipa de açude? Você tem que dar o braço a torcer, porque com tudo isso de mão beijada não tem como acabar como Dantes no quartel de Abrantes. E eu vô capar o gato, porque amanhã eu tenho aula lá no Caixa-Prego e eu tô no pó da rabiola. Zabelê?

sábado, 7 de março de 2009

¡ VIVA !

¡Hola! que tal? Na data de 14 de junho de 1928, em Rosário, Argentina, nascia aquele que mais tarde se tornaria um mito na américa latina, sendo até os dias presentes conhecido em alguns locais como um santo, "San Ernesto de La Higuera". Ainda homenageado pelo regime cubano, inspira canções infantis, "Pioneros por el comunismo, Seremos como el Che", recitadas religiosamente nas escolas. Che Guevara foi capturado em 8 de outubro de 1967 e morto no dia seguinte. Mas os frutos das suas atitudes sobreviveram. Pois já foi dito que "os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a primavera". Com um dos ilustres colaboradores indo para a Argentina esse semestre (o camarada Castro), e que quiçá pisará o mesmo solo que CHE, aproveito a oportunidade para anunciar a REVOLUÇÃO vindoura, sob os auspícios de um novo mentor. Un hombre prudente, à espera da hora certa para agir. Um lider nato, pero no mucho. E já vos adianto, camaradas: quem viver, verá!


"Hay que endurecer, pero sin perder la piada jamás!"



Piloto.

Assim como nas séries de tv, nosso blog terá seu episódio piloto. É nesse episódio que se dá a primeira apresentação dos personagens e que conta mais ou menos o enredo da história que virá. Através dele, começa a surgir os relatos de pessoas que gostaram ou não da idéia.

Esse primeiro post se faz necessário, visto que esse projeto está sendo desenvolvido desde o fim do ano passado e até agora, com todo esse tempo livre de férias, ninguém decidiu escrever uma linha sequer. O que será de nós em época de aula então? Responda você, leitor, isso se houver algum nesse momento, além de nós, participantes.

Pretendo então nesse "post piloto" apresentar-nos. Será uma breve apresentação, apenas para que os outros participantes tenham vontade de escrever e também para não cansar os leitores(??) já de cara.

Somos em 5 no momento. Todos somos ou éramos estudantes de diferentes cursos na Unicamp. Somos de diferentes estados do Brasil, alguns do nordeste, outros do sudeste, mas todos brasileiros com muito orgulho. Para mais informações pessoais, ver perfil de cada participante no menu "Colaboradores" aqui ao lado.

Sobre o blog, ele veio da idéia, pelo menos da minha parte, de nos mantermos unidos, visto que a medida que avançamos, cada um de nós tende a seguir um caminho diferente. Esse será um meio de discutirmos opiniões e histórias. Outros colaboradores, sintam-se a vontade para dar o motivo de sua participação no Caras de Cool.

Me mantenham informados...